terça-feira, 5 de julho de 2011

UFC 25 ( Japão) - 11 anos depois, a história se repete: Alegria de Tito Ortiz e tristeza de Wanderley Silva


Na atual circunstância, todo e qualquer clichê se torna inevitável. Wanderlei Silva protagonizou cenas de agonia e êxtase à jato no UFC 132. Mais do que isso, comprovou que a imprevisibilidade que torna o MMA um esporte tão atrativo, também pode torná-lo cruel com o passar dos anos.
O brasileiro sentiu na carne a armadilha guardada na inusitada medida que separa intermináveis 17 meses de apenas 27 segundos. Afastado do octógono desde fevereiro de 2010, perdeu para Chris Leben de forma quase instantânea. Após experimentar frustração na mesma medida de tanta expectativa pelo retorno, Wand pode abreviar os planos de realizar pelo menos mais dez lutas e anunciar em breve que vai pendurar as luvas.
 O próprio Dana White pediu para o brasileiro reavaliar a situação. As palavras do presidente no Twitter logo após o evento foram sucintas: "Todos gostam de Wanderlei pela pessoa carismática que é. Mas provavelmente o fim da linha chegou. Tomara que ele perceba e aceite isso", escreveu o mandatário.
Há quem diga que o estilo do curitibano de 35 anos ficou estagnado desde a época de glórias como um dos mais letais no Pride e não se adequou ao atleticismo detalhista e estratégico do MMA moderno. Daria para concordar com isso em parte, já que modificar acentuadamente e tentar domar características dentro de um padrão de luta tão instintivo e aguerrido quanto o de Silva é algo que nem sempre rende o esperado. As sequelas adquiridas com a participação ativa na época em que a modalidade era severamente mais rústica com o físico também o acompanham, cada vez mais de perto.
Contemporâneo de Wand, Tito Ortiz, 36 anos, também foi um dos destaques do evento realizado sábado, em Las Vegas. O temperamental norte-americano não vencia desde 2006 e, literalmente, lutou pelo emprego contra Ryan Bader. Aí, outro fato inusitado aconteceu, mas inversamente proporcional: Ortiz finalizou o adversário com uma guilhotina precisa. Salvou o pescoço, ganhou gás e até pediu para disputar o cinturão em breve. Será?


Os dois, inclusive, lutaram pelo cinturão dos pesos meio-pesados no UFC 25 (Japão), há onze anos. Tito venceu Wanderlei na decisão unânime e faturou o cinturão dos meio-pesados (até 93kg). Na época, Dominick Cruz, o principal astro do mesmo UFC 132 de sábado, e que manteve o título dos galos (até 61kg), tinha apenas 14 anos de idade e provavelmente dava os primeiros passos nas artes marciais.
O tempo passa e a colisão de gerações se torna cada vez mais presente. Após o combate e também via Twitter, Wanderlei pediu desculpas aos fãs pelo fiasco contra Leben.
Não precisava. Aconteça o que acontecer, o nome do lutador sempre vai ser lembrado como  aquele que partia sem medo para cima dos adversários, que jamais vacilou na hora de encarnar a pose de anti-herói falastrão para defender uma bandeira, e um dos  que mais ajudaram a sedimentar o moral do Brasil em um dos esportes mais competitivos do mundo. É só saber a hora certa de puxar o freio.
Afinal de contas, infelizmente, não se pode planejar o futuro pelo passado (sim, outro clichê...  para terminar).

Fonte: Yahoo

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